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sexta-feira, junho 24, 2005

Aviso a toda a gente que fala português:
Se alguém, alguma vez, á minha frente utilizar expressões em língua portuguesa, tais como: És um cão. Morre cão. Cão tinhoso, é o que o tu és. Cão danado, etc. Pode ter a certeza que, tenha eu a idade que tiver e esteja em que país estiver, leva um grandessíssimo murro nos cornos porque a língua portuguesa não pode ser injusta. Por uma questão de respeito.

terça-feira, junho 21, 2005

A saudade dói muito, dói mesmo.
Esperamos ter força para aguentar.
A minha cadela " Rafa ", irmã, viúva do meu cão, companheira de todos os dias, sofre a solidão que qualquer ser humano sofreria nas mesmas circunstâncias. Vamos ter de aguentar tudo. Amá-la com a mesma força.
Porque é que será que Deus escreve direito por linhas tortas.
A morte do meu cão " Bugas ", deixa-me a pensar sobre os porquês da vida. A vida tem destas coisas. O amor e a mobilidade das pessoas. A hipótese de nós, eu e a minha mulher nos deslocarmos para qualquer ponto do mundo. Antes era impossível. Agora, não sei. Espero para ver. De qualquer maneira levaremos sempre o meu cão " Bugas " dentro do coração.

segunda-feira, junho 20, 2005

Acabaram as "Crónicas de um cão diabético":
Morreu o cão " Bugas ". Ainda não sabemos de quê. Mas morreu. Era um cão magnífico. Amigo. Inteligente. Um cão que tinha capacidades extraordinárias.
Capacidade de escrever crónicas. Capacidade de analisar as coisas. Capacidade de ser um amigo até ao fim. Choramos lágrimas sentidas. Não há, nestas circunstâncias, capacidade de substituição.
Meu amigo, vamos amar-te até ao fim.

segunda-feira, junho 13, 2005

Morreu Álvaro Cunhal, morreu Eugénio de Andrade
A morte manda em Portugal. Da política à poesia, estamos mais pobres. Apesar de adversário de Cunhal em certa altura, o PREC de 1975, sou um admirador das suas convicções e coerência. A coincidência de morrer no mesmo dia , um político e um poeta, será por acaso? Será que a política é uma forma de fazer poesia, ou a poesia é uma forma de fazer política.

sábado, junho 11, 2005

Portugal, fez anos, foi assim definido.
Quais anos, qual carapuça, séculos é o que é.
Da sua vocação natural, do mar para todos os sítios mais longe da Europa, este país sempre partiu como eu, para longe, para fora e nunca para o interior do continente.
Portugal é um país de partir, de descoberta, de surpresas agradáveis e nunca de rotinas imperfeitas. Somos o único povo independente, da Península Ibérica, (éramos). Somos um povo de partir, para outros voos. Temos cabeça e corpo para isso. Vamos embora. Vamos fazer coisas e ensinar criatividade a esta Europa velha, esgotada e convencida. Vamos embora antes que nos cortem a respiração.

quarta-feira, junho 08, 2005

Os meus cães andam muito preocupados
porque vou dois meses até Angola.
Ninguém lhes disse, nem houve nenhuma comunicação oficial.
Mas os os meus cães percebem estas coisas de partir.
Ficam sem dono durante algum tempo. Não há nada a fazer.
A última vez, fui por três meses e fiquei dois anos. Não há nada que possa dizer.

segunda-feira, junho 06, 2005

Por aqui, tudo bem e eu à espera de não ficar por cá,
porque tudo é diferente por lá.
Porque tudo se abre e se espera,
porque tudo é difícil e se inova,
porque tudo é uma obra e se prepara
como tudo fosse uma coisa que se escova
com vontade de fazer, lutar e remover as coisas antigas
que ficaram por ser.

sábado, junho 04, 2005

Vem aí um fim de semana quente
respiro sol e eventualmente respiro o mar. Penso nos trópicos, nas pessoas que gosto, nas crianças que gostam de falar comigo e nos amigos que tenho por lá. Quando lá chegar, não vou ter dores reumáticas, nem alergias, ou coisas parecidas. Vou ser uma pessoa feliz.

quinta-feira, junho 02, 2005

Quando eu era criança
sonhava ser herói, travar lutas tremendas e salvar o mundo para sempre. Dos que matavam ou torturavam as pessoas e dormiam possívelmente descansados, à sombra do seu próprio mal.
Quando eu era criança, brincava em jardins em que o sonho era possível e o futuro permitia construír um planeta melhor em unidade total com todo o universo.
Quando eu era criança, podia ter a crueldade de todas as crianças, sem fazer mal a ninguém.
Quando eu era criança, brincava livremente com os meandros do poder.
Quando eu era criança, era mais livre, mais potente, talvez diferente do homem que sou hoje.
Quando eu era criança, fabricava o mundo em cada dia como se fosse um acto novo. Fabricava o dia a dia para todo o povo.
Quando eu era criança, não conhecia a morte, nem as crianças sem pernas, nem os orfãos de todas as guerras, nem famílias a morrer de fome, nem povos inteiros a sofrer de todos os males do mundo.
Quando eu era criança, não sabia do resto. Mas tinha a certeza, que o mundo era qualquer coisa de incerto.

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